23 de mar. de 2012

Gigolo gay mineiro em Lisboa volta a matar‏

Alcino oferecia serviços em várias agências de acompanhantes online. Na noite de Lisboa, era presença assídua como bailarino e stripper. A namorada, Danúbia, costumava acompanhá-lo nas actuações. Anteontem, após uma discussão, asfixiou-a até à morte


Grande Lisboa

Gigolô gay volta a matar

O jovem que matou a namorada grávida teve encontros sexuais com actores de televisão e advogados. Toda a história no CM
Por:Joana Domingos Sá//Magali Pinto/Sara G. Carrilho
Procurado na Interpol por roubos violentos, Alcino Valente Junior passava, desde 2008, despercebido às autoridades portuguesas. Obteve visto de permanência no nosso país um ano depois de ter também assassinado à queima--roupa uma tia no Brasil. E, anteontem, o gigolô gay, que anuncia os seus serviços sexuais na internet, voltou a matar - asfixiando a namorada, Danúbia Toxie dos Santos, de 21 anos, grávida de quatro meses, em Queluz.
O homicídio ocorreu na casa do casal, no mesmo local onde o brasileiro de 29 anos satisfazia fetiches sexuais de quem procurava os seus serviços, anunciados em agências de acompanhantes gays e hetero. Entre os clientes, sabe o CM, há actores de televisão e advogados.
Alcino fugiu para Portugal em 2008 - estava condenado em Minas Gerais , de onde é natural, a seis anos de prisão, depois de matar à queima-roupa uma tia. Aproveitou o direito a regime semiaberto e escapou.
Bailarino em conhecidas discotecas de Lisboa, Alcino deixou por várias vezes a companheira na rua enquanto recebia num quarto os clientes - incluindo figuras públicas da TV e de outras áreas influentes - que o contratavam. Outras vezes, a namorada esperava até de madrugada em casa de familiares que Alcino acabasse os encontros sexuais.
Na noite lisboeta, onde utilizava o nome de Junior Valente, era requisitado para vários serviços, que iam desde o striptease a actos sexuais. Chegou a participar numa festa de réveillon de um canal privado da TV portuguesa. Dias antes de asfixiar a namorada até à morte, Alcino confessou a amigos próximos a vontade de fugir e de acabar com a sua própria vida.
Na madrugada de segunda--feira, queria levar o plano avante, mas foi traído pelo álcool. Acabou expulso de um bar, onde causou desacatos, e seguiu descontrolado para casa. Terá sido aí que, após uma violenta discussão, assassinou a namorada, a quem meses antes propusera casamento. Seguiu para o Cabo Espichel, Sesimbra, onde a GNR travou o suicídio. Está preso.
"DIZIA QUE ELE ERA ESTRANHO"
Éder Santos disse ontem ao CM que a irmã dizia que Alcino "era estranho". A jovem ocultou da família a vida paralela do companheiro, e talvez os maus-tratos de que era vítima. "Dizia sempre que estava tudo bem e que era feliz", afirmou, acompanhado pelo advogado da família, João Providência.
PROCURADO POR ROUBOS VIOLENTOS
O nome de Alcino Junior faz parte da lista dos mais procurados pela Interpol. Na página de internet aparece como procurado por roubos violentos. Natural de Mantena, em Minas Gerais , no Brasil, Alcino Valente completa 30 anos em Novembro.
AGRIDE A SOCO ATÉ VÍTIMA FICAR INCONSCIENTE
Quando ainda estava no Brasil, em 2006, Alcino fazia parte de um gang. Em Mantena, onde vivia com familiares, na noite de 16 de Dezembro, ao passar junto a um carro, viu que os dois ocupantes estavam a rir-se. Pensando que os homens se estavam a rir dele, pediu aos amigos vingança. Foram várias as agressões a soco e pontapé nas duas vítimas - até uma delas ficar inconsciente. Foi condenado a trabalho comunitário, escapando assim à cadeia.
DISSE A AMIGAS QUE IA ABORTAR
Danúbia dos Santos confessou a amigas, no último sábado, que queria fazer um aborto, contou ao nosso jornal um amigo em comum do casal. As discussões entre o casal, afirma o amigo, eram constantes.
PREVENTIVA EM CAXIAS
Levado pelos investigadores da Polícia Judiciária de Lisboa a um juiz, Alcino ficou preso. Foi encaminhado para a cadeia de Caxias, a mais segura para evitar suicídios, uma vez que Alcino tentou matar-se duas vezes

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