12 de dez. de 2011

 
Uma delegação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) visitou, nesta quinta-feira (8/12), as instalações da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, vinculada à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, no prédio da Central do Brasil, centro do Rio. A visita teve o objetivo de explorar a melhor maneira de apoiar alunos e professores LGBTs, prevenir e combater o bullying e a discriminação homofóbica e transfóbica nas escolas e assegurar ambientes de aprendizagem LGBT seguro. A comitiva avalia programas e políticas existentes em todo o mundo, para compartilhar as melhores práticas e construir estratégias para enfrentamento a homofobia nas escolas.
Os visitantes foram recebidos pelo superintendente Cláudio Nascimento, que mostrou os projetos que o Governo do Estado desenvolve contra o preconceito aos integrantes do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) do Estado do Rio de Janeiro. Nascimento também abordou a questão de bullying nas escolas e universidades.
- Isto é algo muito sério, pois um lugar que deveria ser de acolhimento, de proteção, de aprendizado, de construção de valores, principalmente os humanos, ainda é um local de reprodução de preconceito, rejeição e violência. A escola tem sido ao longo do tempo um lugar que registra muita evasão de gays, lésbicas, travestis e transexuais. Por isto, é fundamental resgatarmos estes espaços para que eles sejam de igualdade e de cidadania para todos – afirmou Nascimento.
O diretor da Diversidade de Educação para a Paz da sede da Unesco, Mark Richmond, disse que a organização acompanhará e dará apoio ao trabalho do Governo do Estado contra o bullying nas escolas e nas universidades.
- Queremos disseminar para os outros países o sucesso de vocês. Devemos trabalhar este caso nas escolas porque jovens em todo o mundo são afetados por esta violência, e isso infringe os direitos a uma educação de qualidade. Só com o trabalho duro se consegue alcançar as metas – disse Richmond.
Ao longo do dia, o grupo visitou o Colégio Estadual Julia Kubistchek, da Secretaria de Educação; o Centro de Referência da Cidadania LGBT da Capital e Disque Cidadania LGBT, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. Além disso, a comitiva esteve no Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, acompanhada pela coordenadora de Diversidade Sexual da Secretaria de Educação, Rita de Cássia Rodrigues da Silva, que afirmou que uma das prioridades da educação é fazer da escola um lugar de igualdade, respeitando as diferenças.
- Por isto, a importância da implementação de políticas públicas para a promoção de práticas educativas e metodologias pedagógicas de combate à homofobia em nossas unidades escolares – disse.
Para o diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), Pedro Chequer, a Unesco está impressionada com o trabalho que o Governo do Estado cumpre na implementação de ações contra a homofobia.
- Há necessidade de implantar esta política nas escolas e universidades de todo o estado. O Unaids é parceiro da Unesco nesta linha de construir uma agenda nas unidades escolares, onde temas como homofobia e intolerâncias de diversos níveis sejam discutidos e implementados como políticas públicas – afirmou.
fonte http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/12/08/unesco-discute-no-rio-acoes-contra-discriminacao-homofobica-nas-escolas/

ONU condena homofobia e diz que países devem agir contra discriminação

9 de dezembro de 2011 · Comunicados

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou nesta quinta-feira (08/12) jornalistas, líderes comunitários, professores, familiares e governantes a combaterem o assédio homofóbico contra jovens e adultos. Ban discursou durante a abertura de um evento realizado em Nova York sobre a violência e a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Veja abaixo a íntegra da mensagem:
“Estou feliz por saudar os participantes deste evento sobre o assédio homofóbico de jovens e a violência associada à discriminação. Deixe-me oferecer uma palavra especial de agradecimento aos defensores dos direitos humanos na platéia.
Como muitos de vocês, eu continuo consternado com os relatos de crianças de 11 anos sendo submetidas ao abuso verbal, a insultos e graves agressões físicas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
O bullying deste tipo não se restringe a poucos países, mas se passa nas escolas e comunidades locais em todas as partes do mundo. Ele afeta os jovens durante todo o caminho para a vida adulta, causando enorme e desnecessário sofrimento. Crianças intimidadas podem entrar em depressão e abandonar a escola. Algumas são até mesmo levadas ao suicídio.
Isto é um ultraje moral, uma grave violação dos direitos humanos, além de ser uma crise de saúde pública. É também uma perda para toda a família humana quando vidas promissoras são interrompidas prematuramente.
Muitas vezes pensamos o assédio homofóbico como um problema específico para ambientes escolares e para a adolescência. Mas as raízes estão mais profundas, pois esse assédio vigora em atitudes nocivas na sociedade em geral, às vezes encorajadas por figuras públicas e leis discriminatórias, além de práticas sancionadas pelas autoridades do Estado.
Combater este problema é um desafio comum. Nós todos temos um papel, seja como pais, familiares, professores, vizinhos, líderes comunitários, jornalistas, figuras religiosas ou funcionários públicos.
Mas é também, para os Estados, uma questão de obrigação legal. Pelos direitos humanos internacionais, todos os Estados devem tomar as medidas necessárias para proteger as pessoas – todas as pessoas – da violência e da discriminação, incluindo aquelas motivadas pela orientação sexual e identidade de gênero.”
(English version below)
Rio de Janeiro, 06 de dezembro
A UNESCO lançou a primeira consulta internacional das Nações Unidas para lidar com o bullying contra alunos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), nas escolas e nas universidades. Estudos recentes, tais como o Discriminação em razão da Orientação Sexual e da Identidade de Gênero na Europa, do Conselho da Europa, identificaram atitudes homofóbicas e transfóbicas persistentes, em todo o mundo, o que deixa pessoas LGBT vulneráveis a taxas alarmantes de crimes de ódio, discriminação e violência por causa de sua orientação sexual.
A consulta ocorre entre 6 e 9 de dezembro, no Rio de Janeiro, Brasil (Hotel Golden Tulip Regent, Av. Atlântica, 3176, Copacabana). Ela explorará como melhor apoiar alunos e professores LGBT, prevenir e combater o bullying e a discriminação homofóbica e transfóbica nas escolas, e assegurar ambientes de aprendizagem LGBT-seguro.
Participaram da cerimônia de abertura Pedro Chequer, Coordenador do Unaids no Brasil (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids); Dida Figueiredo, representando a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Cláudio Nascimento, Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Fábio Cléber, representando a Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids e Mark Richmond, Coordenador Global da UNESCO para HIV e Aids e Diretor da Divisão de Educação pela Paz e pelo Desenvolvimento Sustentável
Essa iniciativa avalia programas e políticas existentes em todo o mundo a fim de compartilhar as melhores práticas com os ministérios da educação.
Nos Estados Unidos, mais de 90% dos estudantes LGBT afirmam ter sido vítimas de assédio homofóbico; na Nova Zelândia, 98% das pessoas LGBT afirmam que já foram verbal ou fisicamente abusadas na escola. Essa violência homofóbica viola o direito dos jovens à educação e a ambientes de aprendizagem seguros.
Como resultado do estigma e da discriminação na escola, jovens submetidos a assédio homofóbico são mais propensos a abandonar os estudos. Também são mais propensos a contemplar a automutilação, cometer suicídio e se engajar em atividades ou comportamentos que apresentam um risco à saúde.
Estão participando da consulta especialistas de 25 países Austrália, Bélgica, Lituânia, Camarões, China, Colômbia, Dinamarca, El Salvador, Macedônia, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, Israel, Jamaica, México, Namíbia, Holanda, Peru, Samoa, África do Sul, Suécia, Turquia, EUA e Brasil.

 
UNESCO leads new LGBT anti-bullying initiative
Rio de Janeiro, December 6th
UNESCO has launched the United Nations first international consultation on dealing with bullying against LGBT students (lesbians, gays, bisexual and transgender) in schools and universities. Recent studies, like the Discrimination on Grounds of Sexual Orientation and Gender Identity in Europe study undertaken by the Council of Europe, have identified persistent homophobic and transphobic attitudes worldwide, leaving LGBT people vulnerable to alarming rates of hate crimes, discrimination and violence because of their sexual orientation.
The consultation is taking place between December 6th and 9th in Rio de Janeiro, Brazil (Hotel Golden Tulip Regent, Av. Atlântica, 3176, Copacabana). It will explore how best to support LGBT students and teachers, prevent and combat homophobic and transphobic bullying in schools, as well as ensuring LGBT-safe learning environments.
Speakers at the opening ceremony included Pedro Chequer, Coordinator of UNAIDS in Brazil (United Nations Joint Programme on HIV/AIDS); Dida Figueiredo, representing the Human Rights Secretariat of the President of the Republic’s Office, Cláudio Nascimento, Rio de Janeiro State Government Superintendant of Individual, Collective and Diffuse Rights, Fábio Cléber, representing the National Network of Young People Living with HIV/AIDS and Mark Richmond, UNESCO Global Coordinator for HIV and AIDS and Director of the Division of Education for Peace and Sustainable Development.
The initiative is evaluating programmes and policies existing all over the world with the aim of sharing best practices with education ministries.
In the United States more than 90% of LGBT students state having been victims of homophobic harassment; in New Zealand 98% of LGBT people state having suffered verbal or physical abuse at school. Such homophobic violence violates young people’s right to education and to safe learning environments.
As a result of stigma and discrimination at school, young people suffering homophobic harassment are more likely to give up studying. They are also more likely to consider self-mutilation, commit suicide and engage in activities or behaviours that represent a risk to their health.
Specialists from 25 countries are taking part in the consultation: Australia, Belgium, Lithuania, Cameroon, China, Colombia, Denmark, El Salvador, Macedonia, England, Wales, Scotland, Ireland, Israel, Jamaica, Mexico, Namibia, Holland, Peru, Samoa, South Africa, Sweden, Turkey, USA and Brazil.

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